"Perdi a conta dos anos que conheço Luiz Geraldo Mazza, Mazza simplesmente, o inconfundível, primeiro, único e último, claro. O encontro foi na boca maldita. E nem poderia ser diferente – inimaginável nos inflamáveis ou na confeitaria das famílias.
Mazza não é homem de bar, não é homem de lar, não é homem de café, confeitaria, sorveteria, padaria, mas é de muita companhia.
Há vários Mazzas, o da rádio, o do jornal, o da tv, o da cátedra, o da academia que não freqüenta, todos bons, todos úteis, todos admiráveis.
Sua voz nublada pela renitente renite é grave, bonita, encanta legiões de ouvintes na CBN. Seu texto, riquíssimo, variado, corajoso, personalíssimo, é leitura obrigatória de gerações na FOLHA DE LONDRINA. O conferencista, pois palestrante é a PQP, seduz as platéias com enfiadas de provocações.
Mas o meu Mazza, o meu tipo inesquecível é o Mazza da rua. Mazza é homem de rua. Da rua, das ruas, públicas, abertas, democráticas, liberais, promíscuas. É o cara da ágora, é o homem do agora.
Na rua exerce seu ofício, oficia, doutrina, discute, expõe, desmonta, perora, polemiza, problematiza, questiona, põe em xeque, derruba, edifica, santifica, desmistifica, idólatra&iconoclasta. É todo um exército. Que não teme o papel do dr. Stockman, admirável personagem de Ibsen, O INIMIGO DO POVO.
Menino, eu vi, ninguém me contou. Eu vi o Mazza na frente do finado cine Ópera a discutir com legiões de fãzocas do Garrincha! E sustentar:
- Garrincha é falso craque; só tem uma jogada, só sabe fazer uma coisa, aquele drible, ir ao fundo, cruzar. Craque é o Ademir da Guia. Que joga de pé, de cabeça levantada, não erra passe nem suja o cadarço da chuteira nas epopéias sob chuva e barro.
E depois de curta pausa completou: