Sim, o rádio do Paraná está de luto. O nosso Serginho reunia capacidade, criatividade, cultura e generosidade. Tudo cabia naquele ser afável, carinhoso, inquieto e de bom gosto invejável, que o levou a ser conhecido e admirado, seja na apresentação, locução, na produção, ou na programação musical. Sua poesia ao viver era dividida com seu irmão, o também já falecido Silvio de Tarso.
Por isso, o que morre com Sérgio Silva é uma parte do rádio e da cultura do nosso estado. Sua voz grave e precisa foi ouvida pela primeira vez nos anos 1950, no auditório da Rádio Clube Paranaense, a PRB-2. O futebol, a música e a religião eram três de suas paixões. Ele cobriu a Copa do Mundo de 1986, no México. E na segunda-feira pós-futebol, não poupava desfeitas aos jogos ruins Paraná Clube, seu time de coração após a fusão entre Pinheiros e Colorado.
De 1973 a 1980, apresentou, em parceria com o jornalista Aramis Millarch, o programa “Domingo Sem Futebol”, em que realizou entrevistas históricas com Elis Regina, Vinicius de Moraes, Toquinho, Taiguara e Gonzaguinha. Sérgio era um dos bambas.
Também era da vida e do palco. Como ator, apresentou-se pela última vez em 2017, na peça “O Canto do Cisne”, de Tchekov. Sérgio viveu o personagem Vassili, que com ironia e humor refletia sobre o papel do teatro na sociedade. A expressão “canto do cisne”, aliás, surgiu a partir da crença antiga de que um cisne, quando morre, canta uma bela canção. A expressão