Wasyl Stuparyk ou Basílio Junior
Sobre os vizinhos:
A casa ficava na esquina da Senador Saraiva com Ignácio Lustosa. Do lado direito vivia Perci Isaacson – proprietário da fábrica de eletrodomésticos Dínamo. Em frente à sua casa, residia o filho do proprietário dos Móveis Cimo, que mais tarde herdou a indústria do pai.
Logo atrás da sua casa, após um terreno baldio, morava a família de Otto Leo Pfutzenreuter, um músico casado com a soprano Edwiges, que além de pianista era professora de canto. O filho Gunther, da idade de Gebran, era apaixonado por física, química, radio técnica e música.
Sons da cidade
Essa é uma matéria injusta em sua essência. Curitiba é uma cidade repleta de excelentes músicos que exercem sua arte em palcos locais e internacionais, mas tivemos que escolher apenas alguns deles para contarmos quem faz os sons da cidade ultrapassarem fronteiras. Com vocês...
Gebran Sabbag
Aos 75 anos Gebran Sabbag está aprendendo a ler partitura. Nascido em Rio Negro, chegou aqui com um ano e desde os 13 se tornou um pianista como poucos. Começou tentando imitar Nat King Cole, um dos primeiros nomes que conheceu, e assim teve início sua carreira, como também o amor incondicional pelas notas pretas do teclado. Por ter tido uma iniciação autodidata demorou a aprender coisas que em um curso formal seriam absorvidas rapidamente. As únicas aulas que teve foram com Cláudio Stresser, outro grande talento da música erudita. Gebran é um músico à frente de seu tempo – fazia inversões de acordes em uma época em que isso não era muito bem visto –, e tem como ritmos prediletos o jazz e o samba. “Gosto dos frenéticos, são muito agradáveis, você se diverte tocando”. Aprendeu as canções românticas da época para conseguir emprego e, em 1951, foi levado por Waltel Branco para a rádio PRB2 para se juntar a um quinteto de jazz em apresentações diárias. Waltel também o encaminhou para tocar nas poucas boates que existiam naquela década. Seu caminho teve muitos obstáculos – entre eles o fato de seu pai ser contra a carreira – mas apesar das dificuldades não largou a música. “Não há como escapar, uma vez adicto você nunca mais deixa de ser. E o benefício que a música traz é algo incomparável”. Até 2002, Gebran se apresentava no bar Avenida Paulista, mas um acidente na mão direita o afastou dos teclados. Desde novembro de 2006, já recuperado, ele se apresenta aos sábados no Beto Batata.