Essa é a realidade do radialista da 98 FM,Henry Xavier, apaixonado por futebol e profissional da comunicação há 11 anos. A sua deficiência visual não o impede de fazer o que mais gosta e, pelo contrário, o obriga a desenvolver uma criatividade que o auxilia no trabalho.
- Você imagina o campo e com o tempo passa ter noção de onde está cada jogador, onde se colocam dentro de campo. Muitas das vezes, tudo que você imagina é o que você está pensando.
No trabalho, Henry é recebido como qualquer outra funcionário. Ajuda na produção dos programas, grava entrevistas e, quando é chamado, entra no ar ao vivo .
- Vejo todas as funções que ele faz como uma coisa natural, como o uso do computador que, claro, é adaptado, mas não vejo como algo diferente – argumenta o comentarista Guilherme de Paula.
Não tem que ficar se lamentando. Tem que chegar e trabalhar. Mostrar que se pode fazer"
Henry Xavier
Através de um programa especial, o computador diz tudo que está na tela e Henry vai transformando para a linguagem do braile. Xavier também não foge da correria dos dias de jogos, onde precisa desempenhar mais do que uma função ao mesmo tempo.
- Dia de jogo fico com dois, três fones de ouvido ouvindo a 98 FM, uma rádio de fora e o computador. O plantão tem sempre que estar preparado, quando o narrador chama para passar a informação pedida.
E os elogios vêm de todos pela sua capacidade.
- Quando conheci o Henry e, sabendo que é deficiente visual, foi um motivo a mais para saber que ele é muito bom. Ele tem facilidade em muitas coisas, tem uma memoria privilegiada.
Receber elogios não muda a característica do radialista, que também demonstra que a sua deficiência não é motivo para ser considerado diferente ou motivo de pena.
- As pessoas passam a ver de outra forma. Não tem que ficar se lamentando. Tem que chegar e trabalhar. Mostrar que se pode fazer.