Emergente de um confortável retiro – ao qual me entreguei depois de muitos anos de trabalho (estou me deliciando em viver na estância balnearia de Ubatuba, que tem mais de 70 praias) – solto minha voz, alto e bom som, para protestar contra o que acabo de ler em outro site especializado em notícias sobre rádio: a Guarujá, de Florianópolis, vai silenciar a programação de suas emissoras de AM e FM, abrindo mais espaço para a Igreja Universal do Reino de Deus, que já ocupa vários canais da capital catarinense.
Meus pêsames aos radiofusores gestores da tradicional empresa catarinense pelo atentado ao bom-senso e aos ouvintes, muitos deles brasileiros, que está para ser consumado no próximo mês de dezembro. Custa acreditar em mais esta operação desmanche do rádio, que demonstra total incompetência de gestão.
E, por isso, é preciso gritar contra o ato de “acabar” com a quarta emissora que surgiu em Santa Catarina, uma das grandes da época de ouro do rádio brasileiro.
Será o assassinato de porta-voz da população da Ilha famosa por conta de uns punhados de dólares fáceis de ser faturados*, atingindo o coração do nosso bom rádio, que está de luto desde o fechamento da excelente Jornal do Brasil, a AM JB famosa, que anos atrás passou a transmitir programação religiosa. Esta intromissão fere a legislação de radiodifusão brasileira e, por certo, vai determinar o desemprego de muitos bons profissionais de um mercado já bastante carente, daí merecer um movimento por parte dos que ainda acreditam numa ação moralizadora do Ministério competente, o das Comunicações.
*A Igreja Universal estaria arrendando a Guarujá.
P.S. Se, ao invés de arrendamento, for compra, é mais um daqueles “negócios” realizados Brasil afora por esta igreja, a qual vem acumulando sob sua direção muitos canais de rádio e TV. Isso também não é permitido pelas nossas leis.