DOS PRIMEIROS COM “MASTER”
Um dos primeiros profissionais de comunicação do Paraná a obter o título de Master of Arts/Communications, JJ iniciou sua vida profissional no Diário do Paraná, onde foi de repórter a editor-chefe, antes mesmo de se formar em Comunicação, com habilitações em Jornalismo, Publicidade, Editoração e Relações Públicas. Foi assessor de imprensa e de comunicação social do governador Jayme Canet Júnior e dos secretários Belmiro Castor, Véspero Mendes e Luis Eduardo Veiga Lopes, antes de ingressar no mundo da publicidade na Geminni e, depois, na sua JJ Comunicação – que foi uma das quatro maiores agências paranaenses.
“Trabalhando no governo, desenvolvi um trabalho que ia além da assessoria de imprensa, para uma ação de comunicação social, de relações públicas, mesmo. Conheci todos os municípios paranaenses e me tornei amigo de todos os donos de jornais e rádios, numa ação que rendeu bons frutos aos governos de Canet e de Ney Braga. O trabalho ia muito além do pres-release, envolvendo RP e Publicidade”, disse JJ.
NÃO SÃO SINÔNIMOS
JJ explicou que”, no Brasil, se usa os termos publicidade e propaganda como sinônimos, o que é um erro. No mundo todo, publicidade é comunicação de vendas e propaganda é comunicação doutrinária, religiosa ou política”.Falou também da comunicação moderna, “muito mais difícil pela multiplicidade de alternativas que hoje existe. A publicidade atual é completamente diferente da que praticamos há 20 anos. Por isso, o planejamento é essencial. Não é trabalho para amadores, muito embora eles sejam maioria, ainda, no mercado brasileiro”.“Trabalhar nas redes sociais é trabalho para profissional – comentou JJ. Não basta colocar um post de vezem quando. Deveser um trabalho permanente, cotidiano, diário e profissionalmente desenvolvido, por profissionais, com ações de marketing direto, informação, promoção e relações públicas. È pra sempre, com o risco de se tornar um SAC, só com reclamações, se não for bem executado. As alternativas na internet são muito grandes, com milhões de sites e blogs.INTERNET NÃO É ÚNICADisse também JJ: “Hoje, a internet não é a principal, muito menos a única solução de comunicação de marketing. Tanto é que quase 70% dos investimentos publicitários estão na TV”.Sobre o mercado paranaense, que perdeu quase todos os grandes anunciantes do varejo, nos últimos anos, JJ disse que “é preciso fazer como a Master, a Heads e a Opus Múltipla fizeram: ir buscar clientes em outros mercados.Ou crescer com clientes locais, que eram patinhos feios e se tornaram cisnes, como o Condor, que é muito bem atendido pela CCZ”.JJ afirmou ainda que viver só de contas de governo” é um risco, pois a alternância no poder pode levar as agências a fechar, ao perder as contas governamentais. E isso já aconteceu muito. Aliás, não entendo como agências que não existiam ganham licitações no Governo, depois de uma eleição ganha. Eles não têm história, nem tradição, nem estrutura alguma. E assim mesmo ganham”. O entrevistado também lamentou “o amadorismo, que impera na maioria dos anunciantes, não só no Paraná, onde o eu acho, o palpite e o gosto pessoal são mais importantes do que a recomendação profissional”.
NO RÁDIO, PUBLICIDADE POBRE
A respeito do rádio, indagado por Wille, JJ comentou que a publicidade no rádio paranaense é pobre “por economia dos anunciantes, que não querem gastar em boa criação e boa produção. Por isso, usam a locução das próprias rádios ou o áudio dos comerciais de TV – esquecendo-se que o rádio não tem a imagem para ajudar na compreensão das mensagens. Usar a imaginação e a repetição são fórmulas que dão muito resultado, no rádio”.
JJ afirmou ainda que aprendeu marketing já na infância, com seu pai, Leonardo Werzbitzki (o Onha, famoso pela sua feijoada). “Meu pai jogava sebo no braseiro, por volta das 11h30min, para fazer aquele cheiro de churrasco, que atraia clientes na hora do almoço. Era o hoje chamado Marketing de Aromas, ainda tão sub-utilizado no Brasil, Também fui aprender a fidelizar clientes que se tornaram fregueses. Meu pai mandava servir, aos fregueses, porções extras do que eles mais gostavam, reforçando assim a fidelidade”.