Como a cidade não tinha oportunidades na época, José Wille Scholz aceitou o convite do primo, Moysés Wille Lupion de Tróia, na época um rico empresário, que havia comprado a Rádio Guairacá em Curitiba. E assim ele foi trabalhar como discotecário e depois na área administrativa da emissora. Passou anos convivendo com a movimentação da Guairacá na fase áurea do rádio paranaense.
Em 1950 Lupion, que tinha sido eleito governador, decidiu criar emissoras no interior, na época ainda sendo aberto. A região norte era considerada a “Amazônia” do sul do País. Trabalhando para Lupion abriu três emissoras em cidades da região e depois assumiu a gerência da Rádio Guairacá de Mandaguari, na época a sede da maior comarca da região, posteriormente suplantada por Maringá.
Em Mandaguari tinha várias atividades: gerenciava a Rádio Guairacá, a empresa de aviação Real, e abriu uma loja de discos e uma livraria. Por dez anos ficou na gerência da Rádio Guairacá de Mandaguari. Deixou a cidade depois de um incidente com o prefeito local, que reclamou ao então governador Moisés Lupion, de quem era partidário, de que a Rádio Guairacá de mandaguari também abria espaço para a oposição.
De Curitiba veio a notícia de que deveria entrar em férias. Por isso decidiu deixar definitivamente a rádio de Moysés Lupion. Na mesma época a empresa de aviação Real deixou de atender a cidade, depois que a pista foi julgada de tamanho insuficiente. Assim ele deixou de ter trabalho em Mandaguari, que foi entrando em estagnação, principalmente depois que o prefeito Décio Pulin brigou com a Companhia Colonizadora Norte Paranaense. Com isso Maringá passava a ser o novo polo da região.
Por indicação de amigos, passou a trabalhar com transportadora, indo para a nova cidade de Paranavaí, onde era grande a produção de café e algodão. Seu trabalho era providenciar caminhões, através de sua transportadora, para levar a produção ao Porto de Paranaguá. Ali ele criou os seis filhos, todos homens. A rotina era pesada, já que o embarque de caminhões, nas épocas de safra, exigia o trabalho até tarde da noite. E seguidamente vinham os prejuízos, porque eram comuns os roubos de cargas nas precárias estradas do norte paranaense.
Em 1971, trabalhando para transportadora Tamoyo, veio a oportunidade de se mudar para Curitiba, o que sempre foi o seu plano para poder dar educação aos filhos. Continuou trabalhando com transportes até quando a saúde permitiu, no final dos anos 80. Com sacrifício e uma grande ajuda da esposa, a professora de tecelagem Zélia Scholz, dona da barraca número um da Feira de Artesanato de Curitiba, conseguiu formar os seis filhos em cursos superiores. E ainda adotou mais um sétimo filho, que também concluiu a faculdade.
Morreu aos 70 anos. Mas apesar de não ter conseguido ter uma “vida mansa”, como sempre dizia brincando, cumpriu sua maior missão: Deu estudo e profissão aos sete filhos: José Wille, jornalista; Cley Scholz, jornalista; Rene Scholz, professor; Marcelo Scholz, designer; Gustavo Adolfo Scholz, Agrônomo; Simão Pedro Scholz, jornalista e Carlos Silva, que adotou, se formou administrador.