01. O "Doutor" Nagibe Chede, como era chamado por todos, era bastante austero e exigente quando queria alguma coisa. Determinava e pronto. Cumpra-se. Mas nunca foi ríspido em suas ordens. Sempre educado, fala mansa e determinante em seu tom de voz. Bastava. Todos sabiam que teria que ser feito;
02. Quando Sandro Dalpicollo fala em "narrar filmes, diretamente da sala de projeção", refere-se a iniciativa da PRB2 que transmitiu o lançamento do filme Mogli O Menino Lobo, que Wilson Martins - escritor, crítico literário e, na época, Locutor - narrou. Veja a entrevista de Wilson Martins no site;
03. A idéia de transmitir o som da televisão pela Rádio Curitibana foi de Oto Lening, técnico extremamente competente e criativo da emissora de radio do Nagibe, a Rádio Emissora Paranaense e depois da Radio Curitibana. Ambas estavam situadas no edifício Marisa, 5º andar, na Rua Senador Alencar Guimarães. A Televisão, então transmitindo pelo CANAL 5 em caráter experiemental, estava instalada no 1º andar do mesmo edifício. Foram lançados 4 cabos "childados" - cabos para microfones - da janela do 5º andar. Eu - Wasyl Stuparyk - fui alçado pelo Otto e por seu assistente, Eugênio Zomboni - o Marcus Aurélio de Castro estava lá e presenciou o momento - para, na marquise do prédio - que hoje não existe mais - apanhar os cabos e entregar para que pudessem ser passados pela janela do 1º andar, que dava para o "estúdio" da televisão.
Os 3 microfones utilizados foram da Phillips - 1 para o piano, 1 para a cantora e 1 para o apresentador Elon Garcia, normalmente utilizados pelas emissoras de rádio do Nagibe Chede. O quarto cabo foi utilizado para captar o som do projetor de filmes. Havia também, no primeiro andar um projetor de filmes - de propriedade do Dr. Nagibe - Bell Howell, cuja projeção dos filmes da USIS, em Back Projection - projeção do filme por detrás da tela - passava os filmes e na frente, em tela de aproximadamente 2,30 de largura por 1,30 de altura, a câmera captava e mandava para o "ar". Assim, os microfones captaram o audio e, conectados a mesa de som do 5º andar - onde havia também, localizado a esquerda da mesa de som e do operador, um televisor PB de 20 polegadas - enviaram o audio para os transmissores da Rádio Curitibana.
04. A Câmera usada na dramatização DAGE, foi utilizada mais tarde, quando já os estúdios localizavam-se no edifício Tijucas. A câmera utilizada na primeira transmissão não tinha "torre de lentes" - tinha uma lente só - e também não possuia "viewfinder", aquele visor por onde o "cameramen" enquadra as imagens e também não existia o "zoom".
Nada do que coloco aqui, deslustra a dramatização bem produzida. Servem sómente como alerta para aqueles menos avisados que podem entender a produção ao pé da letra.
Wasyl Stuparyk