Um dos radialistas mais antigos de Santa Catarina ganha documentário
A vida e a obra de Osvaldo Souza Miranda, um dos mais antigos radialistas em Santa Catarina ainda em atividade. Este é o tema do Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo dos acadêmicos Alexandre Rosa e Fabiano Peres, ligados à a Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina, em São José, na Grande Florianópolis.
Alexandre é radialista há 10 anos, e hoje trabalha na Rádio Cultura AM. Fabiano é diagramador, no jornal Diário Catarinense, e ambos sempre nutriram uma paixão especial pelo rádio como meio de comunicação de massa.
Depois de várias ideias e projetos, os estudantes decidiram homenagear Souza Miranda, que há 66 anos empresta de forma ininterrupta seu profissionalismo, sua simpatia e sua voz grave à apresentação de programas nas rádios catarinenses. Atualmente, ele atua na Rádio Mais Alegria AM.
Sobre o Souza Miranda
Ele pode ser considerado daquelas pessoas que nascem com talento para determinada atividade. Osvaldo de Souza Miranda nasceu para ser locutor de Rádio. Menino, ainda, exibia uma voz forte, bem modulada e diferente de seus amigos de infância.
Miranda aos 16 anos de idade começou sua carreira de radialista na cidade de Paranaguá (PR), onde enfrentou pela primeira vez o microfone da Rádio Difusora, a terceira emissora criada no estado, em 1944.
Foi um dos mais festejados locutores de sua época, atuando como noticiarista, apresentador de programas, figurando entre os mais conceituados profissionais do microfone.
RDM (Rádio Diário da Manhã)
O jovem locutor chega à capital catarinense em novembro de 1954, a convite do amigo Francisco Mascarenhas que cuidava da instalação da Rádio Diário da Manhã, hoje CBN Diário. Apesar da amizade e do bom salário que deveria ganhar, Miranda não se entusiasmou com a pacata cidade que além de pequena sofria com a precariedade do fornecimento de energia elétrica e com a timidez de sua vida diária. O choque era muito grande, pois ele deixara atrás a vibração da vida noturna de São Paulo e o charme de trabalhar na Rádio Tupy, então líder das Emissoras Associadas de Assis Chateaubriant.
Mascarenhas, bom argumentador convence Miranda a permanecer até a inauguração da emissora que estava prevista para 31 de janeiro de 1954. Foram dois meses de tédio para o inquieto Souza Miranda que só aliviava o enfado e o vazio dos dias quentes do final da primavera descansando no hotel ou tomando uma cervejinha enquanto acompanhava o crepúsculo do já abatido Miramar. A noite, sempre havia a compensação de uma boa companhia nas boates da cidade.