Ao nosso Jorge no dia de sua partida
Publicado em 21/12/2013por fernandoparracho
Falar do Jorge é o mais difícil dos textos. Falar de um cara que não se contenta em acreditar na história que lhe contam…ele ouve atentamente, mas costuma investigar e descobrir sempre novas histórias. Esse “Bigode” é um baita contador de histórias. É o mínimo que a gente pode dizer se alguém perguntar quem é o Jorge…
Um cara que está sempre de olhos abertos ao mais curioso, ao mais trágico, ao que ainda não foi explicado, ao que estava escondido dos olhos de todos. Sempre com bom humor. O bom humor de um polaco ucraniano…ou será de um ucraniano polaco?
Jorge brasileiro, estrangeiro, Jorge de Peabirú ou lá das bandas de Lviv. Eu não vi mas sei que você fez matérias sem caneta e sem papel. Que você se pendurou no viaduto do trem sobre a Serra do Mar. Que você caminhou pelo Guartelá, na espreita dos bichos que ninguém acreditava que apareceriam para a câmera. Que você navegou as águas da Baía de Guaraqueçaba em barquinhos de pescador. E sei o quanto você ama os mistérios da natureza e das pessoas. A coragem, a curiosidade, a sensibilidade garantem sempre uma boa reportagem.
Jorge cabeça. Jorge coração sem tamanho. Jorge recomenda: vá e volte a pé pra casa…no caminho, há uma vida a descobrir… Jorjão, quem ousa definir? Jorge, hoje a gente te pede pra não partir. Fica aqui, que a gente ainda precisa falar do nosso respeito, da nossa admiração. Dizer de um jeito bem simples que a gente te ama.
(Durante um cafezinho, na redação, ele me disse: -eu li o que você escreveu! Tá bom, mas eu não sou tudo aquilo!)
Na foto, Ivo Arzua, ex-prefeito de Curitiba, Luiz Fernando Parracho e Jorge Narozniak.
Wasyl Stuparyk ou Basílio Junior
Este texto foi escrito em 03 de março de 2013, uma singela homenagem pelos 70 anos do Jorge.