O RÁDIO E A TELEVISÃO
DO PARANÁ
Wasyl Stuparyk ou Basílio Junior
J.C. AMODIO
Bons arqueiros
Perguntado sobre os arqueiros que conheceu e quais os que poderia apontar como os melhores,
respondeu <<que ao futebol de minha época era quase que um privilégio do Britânia, foi então
que o Palestra foi fundado e procurou trazer valores de São Paulo para fazer frente ao“Tigre”.
Assim apareceu um jovem em Curitiba e que aqui foi projetado, o Rato, hoje treinador
do Corintians Paulista. Foi nesta época que começaram a aparecer os jovens craques. Cito
Romano, Tércio, Alberto e o término com Caju, como os melhores da posição>>.
Dificuldade
Era difícil jogar no arco na sua época? << Muito difícil! E a dificuldade era justamente porque
naquela época o futebol começava quando o arqueiro pegava a bola e hoje o futebol termina
nas suas mãos. Quando nós arqueiros defendíamos uma bola, tínhamos que nos desfazer rápido
da mesma, porque vinham todos para cima e, então éramos carregados, pisados, esmagados e
não havia falta>>. Alguma contusão grave? <<Felizmente poucas, porem, uma considero como a
mais grave e foi justamente contra a seleção de São Paulo, quando a nossa defesa facilitou e o
avante Tatu entrou com todas as possibilidades de marcar. Ao adiantar um pouco a bola ,
atirei-me para defende-la e ele não perdoou chutou-me junto com ela e tive sérios problemas .
O futebol, também , deixa fatos pitorescos gravados. Lembro de um, principalmente em face
da situação em que fiquei. Quando defendia a seleção paranaense diante dos cariocas, num
jogo realizado no campo do Fluminense, houve um lance na minha área e saí para defesa.
Peguei a bola, mas os cariocas vieram de encontro e me puxaram tanto que Candiota e Nono
arrancaram-me o calção e fiquei lá no campo “desprevenido” com um bom público a me olhar.
Outra passagem que me recordo com satisfação foi à época em que no Palestra eu fui jogador,
capitão da equipe e presidente do clube. Naquela época o futebol exigia alguns sacrifícios>>.
Onze bons
Finalizando a nossa rápida entrevista com Hermógenes Bartolomei, pedimos-lhe que formasse
uma seleção em que atuou até a presente. <<Boa seleção pode ser formada . É verdade que
depois que parei com o futebol fiquei um bom período sem ver futebol , pois fui cuidar da
minha vida, mas mesmo assim posso formar um grande onze, onde não pode faltar um Ninho
que ficou em Curitiba e o Brasil perdeu um grande jogador de seleção , pois era maravilhoso
vê-lo em ação . Calmo e elegante, parecia um bailarino jogando futebol. Aliás, naquela época em
que fugíamos de casa para jogar futebol, escondido dos pais que não queriam saber da bola,
víamos atletas com amor ao quadro que defendiam , daí a certeza de que eram melhores do que
os de hoje, já que o profissionalismo tirou um pouco do brilho do futebol. Dificilmente vemos,
nos encontros atuais, jogadores entrarem em bolas divididas. Mas vamos à seleção paranaense
de todos os tempos, Caju – Pizzato – Fedato – Andreta – Dula e Ninho - Laudelino – Marreco –
Gabardinho – Joaquim e Patesko>>.
Bom arqueiro
Hermógenes Bartolomei , defendeu o Palestra Itália e foi um dos bons arqueiros do futebol
paranaense. Sua passagem no clube ”esmeraldino” foi complementada , sempre, pela seleção
paranaense onde foi titular absoluto de sua época.