chegar à noosfera, aquele estágio da Evolução exposto
pelo jesuíta...”
Ainda a propósito das crenças de Dotti, para alargar
a compreensão das concepções que o movem: ele acata
uma visão espiritual pessoal dentro de uma teodiceia
oriental, centrada nas concepções de um Senhor imanente
e impessoal. E isto inclui atitudes místicas de
auto-aperfeiçoamento e aceitação da chamada lei cármica.
Cenário Ahú de baixo,
uma síntese de Curitiba
Empresários de todos os portes, do Brasil todo, políticos,
jornalistas, gente da área cultural, professores e
operadores do Direito dividem-se como clientes deste
hoje patrício, nascido na Rua Marechal Hermes, no ano
de 1934, bairro Ahú de Baixo, “a 200 metros do lugar
onde o papa João Paulo II celebrou missa, em 1980”,
lembra René Ariel Dotti.
Filho de Gabriel Dotti, um pintor de casas, muitas delas
da alta burguesia de então, dotado de rara sensibilidade,
incomum mesmo para a época em que esse profissional
tinha de pintar filigranas e rosáceas nas áreas
trabalhadas; a mãe, Adelina Dotti, costureira, era uma
artista na modelagem e confecção de vestidos; René
dividia as atenções na casa de madeira – como quase
todas as da vizinhança e mais ou menos identificadoras
de boa parte de Curitiba daqueles tempos – com a irmã,
Rosie Mary, hoje morando em Santos.
Estudou o fundamental – o primário, como se dizia
então – ali perto, no Grupo Escolar Prieto Martinez.
Próximo da casa e da escola, a Sociedade Recreativa
União Cultural do Ahú (URCA), o grande ponto de reunião
do bairro e adjacências, aglutinadora dos italianos,
seus filhos e netos que, com os poloneses e seus descendentes,
eram maioria absoluta naquela atmosfera da
infância de Dotti.
Pode parecer exagero, mas uma das lembranças mais
vívidas que Dotti guarda daquele mundo encantado do
Ahú e do aconchego familiar é da idade de “uns dois
anos”, com a mãe a levantá-lo em movimentos seguidos,
comemorando a passagem do dirigível Zepellin pelos