céus curitibanos.
Na URCA o pai e os amigos se reuniam aos domingos
para comentar detalhes das partidas de futebol,
algumas das quais tinham visto; outras, simplesmente
acompanhado pelas rádios que eram donas absolutas da
audiência dos curitibanos, a Rádio Guairacá e a Rádio
Clube Paranaense. René muitas vezes se envolveu naquele
rito aglutinador da família e de amigos do pai,
com o acréscimo de ser aficcionado da Rádio Nacional
e seu futebol com Jorge Curi e Antônio Cordeiro, além
de seu rádio-teatro.
Era a Rádio Nacional também do “Papel Carbono”, de
Renato Murce, do “Atire a primeira Pedra”, com Paulo
Gracindo, dos rádio-atores de rara grandeza, como
Mário Lago e Henriqueta Brieba, Roberto e Floriano
Faissal, dos programas de auditório capitaneados por
Manoel Barcellos e César de Alencar, as crônicas de César
Ladeira, o Repórter Esso, com Heron Domingues, “o
primeiro a dar as últimas”... E o “primo pobre”, vivido
por Brandão Filho, campeão do humor. Como esquecer
a PRK-30, humor afiadíssimo a refletir parte da história
de um Brasil que aprendia a conviver com os valores
rurais e a sociedade urbana em consolidação?
Um mundo com Linda e Dircinha Batista, Emilinha e
Marlene, Francisco Carlos, Francisco Alves, mais o insuperável
maestro Ghiarone e os novelistas Samuel Weltmann
e Janet Clair... Um mundo mágico, enfim, que
mais aguçaria a imaginação do jovem sobre o maravilhoso
Rio de Janeiro. Expectativa ampliada pelo rádio e
espetáculos teatrais que lá se sucediam.
Os caminhos de René o levariam a uma fuga “para o
centro” de Curitiba, que então parecia distante daquelas
ruas sem calçamentos do Ahú de Baixo, em que transitavam
muitas charretes e também as típicas carroças
dos colonos poloneses, puxadas a cavalo, transportando
hortifrutigranjeiros oferecidos de porta em porta. Tudo
a poucos metros do majestoso Palácio Iguaçu, sede do
Governo, inaugurado por Bento Munhoz da Rocha em
1953, pelo Centenário da Emancipação Política do Paraná.
O ginásio ele o fez nos colégios Novo Ateneu e Iguaçu,