O RÁDIO E A TELEVISÃO
DO PARANÁ
Wasyl Stuparyk ou Basílio Junior
RENÉ ARIEL DOTTI
Paraná, e Telmo Faria, estavam no rol dos incentivadores
e batalhadores das artes cênicas que então desconheciam
as facilidades e patrocínios hoje concedidos às
atividades culturais. Com Maranhão fazia-se, isto sim, a
grande ponte com o embaixador Paschoal Carlos Magno
e sua irmã Orlanda, patronos do Teatro do Estudante
do Brasil, e das caravanas que viajariam Brasil afora em
catequese cultural...
Na Sociedade Paranaense de Teatro René foi quase
tudo: de secretário-geral a diretor teatral, figurinista,
ator, cenógrafo. Apaixonou-se pelo palco, ganhou prêmios,
como quando fez o Archibaldo, em “A Importância
de se chamar Ernesto”, de Oscar Wilde, encenada
pelo grupo de Maranhão, e na qual Dotti figurou como
ator cedido pela SPT.
Esses capítulos do teatro, que hoje preenchem de gratas
lembranças a memória de Dotti, se passaram nos
50s, começando em 1952, no Colégio Estadual do Paraná.
Terminam em 1958, mas são para o jurista parte da
“glória que fica”. As lições do diretor Norberto Teixeira
e de Ary Fontoura seriam, costuma dizer Dotti, sapientes
companheiras colocadas depois também em prática
em outras frentes profissionais. Pois o trabalho em teatro
– costuma dizer – ensina disciplina de vida, fortalece
o hábito da leitura, a expressão verbal, a avaliação de
tipos psicológicos, desenvolve o sentido da pesquisa em
torno de fatos e pessoas, organiza o espírito para viver
em grupo e aceitar as diversidades espirituais e psicológicas
dos outros, assegura Dotti.
Há momentos na vida de René que o fazem inseparável
– definitivamente – da história do teatro paranaense,
como quando dirigiu, em 1955, no pequeno auditório
do Guaíra, a comédia “O Homem que tinha Tudo”, de
Eddy Franciosi (elenco: Ary Fontoura, Leatriz Lopes,
Sinval Martins, Celita Alvarenga, Marlene Mazza, Leny
Helena, Odelair Rodrigues, Mário Guimarães, Halina
Dyminska, Luiz Silvestre e Wilson Cavazzani).
E, não fosse um certo “estalo”, em 1958, ele nem concluiria
o Curso de Direito na UFPR, tal seu envolvimento
com o palco e o magnetismo que sobre ele exerciam