o palco e a plateia. Um magnetismo que a memória
guarda, e as fotografias expõem como momentos imorredouros.
Um destes, quando dança com Suzy Florenzano
(depois médica, já falecida, irmã de Emílio Zola
Florenzano e Rogério) na revista musical “Interessa?”,
de Ary Fontoura.
Fez-se advogado, grau conferido pelo diretor da faculdade,
Ernani Guarita Cartaxo, em 1958: perdeu a
Sociedade de Teatro, ganhou a sociedade abrangente.
Ganharam, de forma muito especial, os que, no período
ditatorial inaugurado em 1964, só queriam o direito
do livre pensar, e dos quais Dotti se tornou constante
e bem sucedido defensor. De graça. Vitória do Direito
sobre o palco e a plateia.
Seguro obrigatório,
início da vida de jurista
Como as demais dependências do Escritório Professor
René Dotti, o auditório é um espaço clássico, confortável,
com design britânico. Nas paredes, fotos históricas
da vida do jurista, com personalidades locais e nacionais
do Direito, do teatro, da literatura, do empresariado, da
política...
No hall, um busto do pai, Gabriel Dotti, assinado pelo
escultor Nelson Matulevicius, num nicho de destaque.
O pai dá o nome ao espaço, homenagem àquele que,
com a mãe, dona Adelina, foi dono de fértil labor, gerador
desse cientista do Direito, intelectual singular,
“um libertário incorrigível”, opina o jornalista e constituinte
de 1988 Airton Cordeiro, que foi aluno de Dotti
na UFPR. Opinião partilhada por outro jornalista,
Celso Ferreira do Nascimento, da Gazeta do Povo, que
acrescenta: “Nada que seja clamor por justiça é alheio
a Dotti, em quem, no fundo, ainda vivem muito fortemente
ideais do outrora jornalista. Ele encarna um bom
resumo do Liberdade, Igualdade e Fraternidade da Revolução
Francesa”. E para o deputado federal Gustavo
Fruet, doutor em Direito, também um cativado ex-aluno
do mestre, “o professor René Dotti foi um construtor de
conhecimentos, um provocador permanente para que
descobríssemos o Direito em suas grandes linhas, as filosóficas,
sobremaneira”. Para Gustavo, nas aulas, René