identificados entre a massa de universitários que em
Florianópolis, com vaias e xingamentos, provocaram a
ira do presidente João Figueiredo e comitiva.
Lembrando: em 1979 o presidente da República fora
à capital catarinense em visita oficial. Hospedado na
casa do governador Jorge Bornhausen, Figueiredo descontentou
fortemente a opinião pública local e, particularmente,
a universitária, ao homenagear publicamente
o marechal Floriano, historicamente repudiado pelos
catarinenses. A isso se acrescentavam outros fatores explosivos,
como a alta do custo de vida, e outros elementos
ideais para a explosão de protestos.
Irado, sangue quente, Figueiredo perdeu a compostura,
respondeu aos xingamentos com palavrões e tentou
sair “no braço”. Os estudantes, imediatamente foram
presos e fichados.
A questão só foi resolvida dois anos depois, na Auditoria
Militar da Quinta Região, em Curitiba, com a defesa
acendrada dos advogados pedindo justiça. O veredicto
foi 3 X 2 pró-estudantes. Final feliz: os estudantes, seus
familiares e amigos resolveram entoar o hino nacional,
obrigando, assim, os militares se perfilarem e cantar
junto com os recém-absolvidos.
Uma das testemunhas presentes na Auditoria foi o jornalista
Ricardo Kotscho, que fez a cobertura nacional
do caso de grande repercussão para os defensores dos
direitos civis e o Estado de Direito.
Em novembro de 2004 Dotti foi homenageado especial
da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, pelos
25 anos desse fato hoje histórico.
Os jornalistas da Última Hora
No Paraná o nome de René Dotti, ao mesmo tempo
em que se ia firmando com o de criminalista de primeira
linha, construindo uma carreira de conferencista e
de professor de Direito Penal na UFPR, começada em
1962, solidificava-se pela atuação na Justiça Militar.
Sempre em defesa do direito de opinião, do direito de
contestação, do livre pensar. Assim como fez em defesa
de uma dúzia de jornalistas da Última Hora do Paraná,
em que apareciam indiciados por “infração à Lei