a imprensa do Paraná, o Diário do Paraná, da cadeia
Diários Associados, de Assis Chateaubriand.
Lá fez mais do que escrever material sobre teatro, às
vezes substituindo Eddy Franciosi, noutras produzindo
crítica teatral. E nos domingos, escrevia uma crônica em
que a apreensão de casos aparentemente prosaicos, na
verdade eram quase sempre exercício de uma alma poética
a expandir-se. Crônicas retratando, muitas vezes,
ternas donzelas de uma Curitiba, que as exigia retraídas
e recatadas; ou de situações humanas universais, mas
Quem conhece bem René Dotti garante que o título
pelo qual mais lhe agrada ser identificado é o de professor.
E que de sua ampla obra, livros publicados em várias
partes do país – e por editoras importantes da área do
Direito, como a Editora Revista dos Tribunais e Editora
Forense – o mais acalentado por René é “Proteção da vida
privada e liberdade de informação”, de 1980. Com ele
venceu o Concurso Nacional de Letras Jurídicas “De Plácido
e Silva”, realizado pelo Governo do Paraná e Gazeta
do Povo, em 1978. A monografia, indicada por unanimidade
à premiação, foi julgada por Oswaldo Trigueiro, Seabra
Fagundes, Miguel Reale, Washington de Barros Monteiro,
Benjamin de Moraes Filho, José Munhoz de Mello,
Ary Florêncio Guimarães, Altino Portugal Soares Pereira
e Élio Narézi.
A edição do livro está esgotada, não o conteúdo, a sustentação
filosófica irrepreensível, e a exposição do bom
Direito a apoiar-lhe as teses. É atualíssimo, ampliaramse,
isto sim, nos últimos anos, as invasões à vida privada
com novas parafernálias eletrônicas e exarcerbação do
chamado “estado policial”. O professor Dotti expõe sua
“ira santa” contra esse estado de coisas, numa catequese
contínua. Com o avanço de ações arbitrárias, ampliam-se
seus protestos. Tal como fez contra os senhores da vida e
da morte durante o movimento de 1964.
O livro sugere a ampliação da escalada de controle da
cidadania.
Tudo muito atual, a argumentação do jurista, montada
há quase 30 anos, é lastreada na defesa do homem e seu
direito à privacidade. A argumentação não vacila, indo às