nomes como Roberto Menghini, Cícero Camargo
de Oliveira, Maurício Távora, Jane Martins, João
da Glória com suas operetas, Glauco Flores de Sá Brito
– poeta e diretor de teatro –, Aristeu Berger, etc.
Dono de inteligência e espírito inquietos, René Dotti
foi muito além de mostrar e analisar teatro como diversão:
no clima de redação de jornal mergulhou quase
sem limites. Ali foi observando o gênio alvoroçado do
designer (então chamado apenas diagramador) Benjamin
Steiner, vindo da Argentina, ao lado de jornalistas
paulistanos para implantar aquele jornal de vanguarda.
O DP era o primeiro jornal do Paraná a ser diagramado,
dos primeiros do Brasil.
As ideias renovadoras chegaram de fora, a massa crítica
era local e da melhor qualidade. Dessa massa crítica,
Dotti torna-se atento observador e também parte,
convivendo com gente de peso e repercussão na sociedade,
como Eduardo Rocha Virmond, Léo de Almeida
Neves, Luiz Geraldo Mazza, Silvio Back, Vinicius Coelho,
Roberto Novaes, Ayrton Luiz Baptista, Emilio Zola
Florenzano, Carlos Danilo Costa Côrtes, Dino Almeida,
Fernando Pessoas Ferreira, Walmor Coelho, Walmor
Marcelino, José Richa – que depois seria governador do
Estado – Mário Maranhão, hoje cardiologista com trânsito
internacional.
O clima de redação de jornal marca qualquer um.
Dotti não foi exceção, não passou incólume ao aprendizado,
às vezes matreiro, muitas vezes sublinhado pela
desconfiança “inata” dos bons repórteres. Cedo entendeu
o papel básico do jornalista: entregar seu recado de
forma e linguagem diretas, com ética e espírito público,
sabendo que “não é candidato à academia”, mas “a ser
entendido pelo leitor”, conforme a máxima de Reinaldo
Jardim.
A redação ensinou Dotti a computar informação com
a rapidez dos bons repórteres, a aguçar seu espírito libertário,
a ampliar a arte do questionamento. Tudo isso
ajudaria a alentar a bagagem do futuro causídico que
nele estava em gestação.
Ficou no Diário do Paraná até 1961, quando começou