destreza ampla documentação que, de forma quase instantânea
e discretamente sua assessora Cláudia Penovich
lhe traz, como que para confirmar ou acentuar assertivas
do mestre. São documentos que saem de arquivos
de aço, da biblioteca, dos arquivos do PC ou das páginas
da Internet, ou chegam em cópias xérox que serão na
hora reproduzidas. Ou ainda em originais. Como que
chancelando a exposição do jurisconsulto.
Quando fala da Academia Paranaense de Letras, de
que é membro – e para cujas recentes posses de “imortais”
proferiu penetrantes saudações, como nas de Oriovisto
Guimarães e Belmiro Castor –, dá impressão de
fazer uma genuflexão mental.
Em seguida, puxa um assunto paralelo, o da posse de
Getúlio Vargas na Academia Brasileira de Letras (ABL),
um desses prêmios nunca justificados suficientemente,
e com o qual a Casa de Machado de Assis bajulou o condotière
de então. E entrega a seu interlocutor uma cópia
do discurso de posse de Vargas (talvez escrito pelo intelectual
Lourival Fontes, o homem do Departamento de
Imprensa e Propaganda, DIP, o órgão federal encarregado
de fazer censura aos meios de comunicação). O original
foi por ele comprado num sebo carioca, onde jazia
esquecido. Trata-se de apenas uma das preciosidades
em forma de documentos que Dotti pode ir revelando,
como o prestidigitador que mesmeriza o interlocutor
curioso e ansioso por novidades.
Lê muito, preferência para obras de Direito, em português,
espanhol e italiano. A língua de Dante é o idioma
que maneja com mais frequência, depois do nosso. Mas
vem de uma geração que conhece bem o francês, pode
traduzir o idioma de Molière sem dificuldades. Alemão,
não conhece e inglês só para o essencial. Latim, conhece-
o no básico, haurido no Colégio Estadual, e depois,
forçosamente ampliado no contato com os clássicos do
Direito.
No momento, seus interesses estão voltados para conhecer
todos (se possíveis) meandros da Segunda Guerra
Mundial, pesquisando uma bibliografia vasta que só
amplia sua curiosidade sobre o tema. Mas tem tempo