o Jacinto de Thormes (Maneco Muller),
colunista social carioca dos anos 50/60s.
O jantar é mais que encontro de veteranos, alguns alquebradas
pelo tempo, cabelos brancos, quase todos escondendo
queixas de saúde mais graves, esperáveis em
colegas de gerações como aquela do ano de 1956.
São muitos os mais jovens, mas já cinquentões – entrando
nos sessenta – do velho e extinto DP que não
faltam ao jantar anual e recrutam os preguiçosos: João
José Werzbitski, Leo Krieger, Bernardo Bittencourt,
Luiz Augusto Juk.
Dotti é assim mesmo, multifacetado, procurando
atender uma agenda cultural variada, enorme, nacional
– e, às vezes – internacional.
O repouso é em casa, ao lado de Rosarita, com quem
casou há 40 anos. Ela foi aluna de Dotti e, num jantar de
final de curso da UFPR, literalmente o tirou para dançar.
Nunca mais se distanciaram. O casal tem duas filhas,
casadas, Rogéria, advogada, e Claúdia, veterinária,
e três netos. O mais velho deles tem oito anos.
Na casa, bom gosto. E também o mais expressivo indicador
de que seu dono é alguém diferenciado: lá existe
um palco e, pela paredes, quadros compondo uma pinacoteca
de expressão, com artistas paranaenses, na maioria.
Há Miguel Bakun, De Bona – os grandes mestres da
pintura do Paraná.
“Quando fazemos reuniões, por que não ter um espaço
adequado para a leitura de uma peça teatral, a exibição
de um conjunto de câmera?”, indaga, com naturalidade,
esse Dotti dono de espírito cultivado.
Seus livros, seus pareceres, suas conferências, sua participação
em organismos de ponta do Direito brasileiro
e internacional fazem-no um tipo raro.
É umas das vozes do Paraná, cuja intervenção permitiu
que alguns políticos brasileiros continuassem na carreira.
Como aconteceu com o governador Roberto Requião
com quem não mais partilha da mesma mesa.
Os dois foram amigos, embora Dotti sempre se mantivesse
mais próximo de Álvaro Dias, de cujo governo foi
secretário de Cultura.