INDEPENDÊNCIA
Naquele ano o Estado do Paraná completava cem anos de emancipação política de São Paulo. O Estádio Durival Brito e Silva estava lotado e eu, menino de Siqueira Campos (distrito de Barbosas), com passagem por Castro, assistia a tudo emocionado. Vi uma festa jamais esquecida quando o jogo terminou. O gramado foi invadido e os jogadores festejados. Nunca mais esquecerei a escalação do Ferroviário naquele jogo, que foi: Robertinho, Tico e Marcelino, Lalo, Tocafundo e Alceu. Maurílio, Isauldo, Juarez, Afinho e China. O técnico, João Lima e o presidente, Armando Prince.
AMIGOS
Com o passar dos anos vários destes campeões se tornaram meus amigos, inclusive o folclórico técnico, João Lima. Fui torcedor ferrenho do Clube Atlético Ferroviário e foi com tristeza que o vi desaparecer para surgir o Colorado. Por mim o Ferroviário existiria até hoje. Gildo voltou para o Caramuru e eu fiquei em Curitiba, onde estou até hoje. São 56 anos nesta cidade que amo com todas as forças, pois aqui consegui, senão tudo, mas uma grande parte do que almejei e por isto afirmo ser feliz.
GOVERNADOR E AMADOR
Naquele mesmo ano do Centenário, conheci o governador do Estado, Bento Munhoz da Rocha Neto e, apaixonado por futebol também, conheci o Estádio Capitão Manoel Aranha, o campo do Poty, onde vi o Botafogo de Caninin, Petcha e Lantsman, Pedrinho, Campo Magro e Bonde. Juve, Nereu, Florindo, Mario e Américo, ser campeão do Centenário do futebol amador, sob o comando do técnico Otavio de Castro, o Vico. O presidente era Navarro Mansur. Também vários destes jogadores, bem como o técnico e o presidente se tornaram meus amigos. Ainda hoje às vezes encontro Navarro Mansur e o Florindo. Houve tempo que encontrava o Mario e o Bonde em órgãos da Prefeitura de Curitiba, onde eram funcionários. Com o Juve convivemos no futebol profissional quando foi técnico do Britania e Ferroviário. Hoje é morador de União da Vitória, onde está a muitos anos.
ESTUDO E SONHO
Neste ano, já estava matriculado no Grupo Escolar Professor Cleto da Silva, onde completei o ensino fundamental. Segui estudando e sempre sonhando em ser radialista, desejo acalentado ainda em Castro, onde vi surgir a ZYS 21 – Rádio Castro Ltda, onde um dos primeiros locutores foi Dacio Leonel de Quadros, que mais tarde tive o prazer em ser colega, não só como radialista e também com deputado estadual. Lembro que quando dos jogos do Caramuru ficava próximo à cabine de rádio para observar os locutores.
Em muitos jogos estavam presentes emissoras de Ponta Grossa, especialmente a PRJ-2, cujo locutor principal era Barros Junior, outro que tive a honra em ter como colega de profissão e amigo. Era um grande radialista e deixou sua história marcada em Ponta Grossa. Ao volta para casa “montava a minha rádio” e passava a imitar os radialistas. Ficava fechado horas no quarto me passando por locutor.
SALÃO
Em Curitiba, ao ir com meu irmão Luiz Fernando assistir aos jogos de futebol de salão no ginásio do Atlético Paranaense, nos idos de 55, conheci Raul Mazza, Osmar de Queiroz, Martins Rebelato e outros da Rádio Marumbi, a então emissora dos esportes do Paraná. A Marumbi transmitia tudo em matéria de esportes, inclusive jogos do futebol suburbano.
Lembro-me que em 55, na decisão entre Vasco da Gama e Poty, no Estádio Loprete Frega, no Taboão, Willy Gonzer, que depois se tornou o melhor dos narradores esportivos do Paraná, transmitiu o jogo da arquibancada, em meio aos torcedores, já que não havia cabine de rádio. Acompanhei a partida ao lado de Willy, o Alemão, com quem tive o prazer em trabalhar na rádio Clube Paranaense – B2, onde foi chefe da equipe esportiva durante muitos anos. Depois de muito sucesso no Rio Grande do Sul, Willy se transferiu para Belo Horizonte, onde está a muitos anos participando de transmissões pela Rádio Itatiaia e de programas esportivos de televisão. O Poty, na partida decisiva, jogou com Pedrinho (Pedro Washington de Almeida, hoje importante jornalista político e escritor), Valmir e Danilo Tozzo, Durval, Geraldo e Nino, Delbio, Cláudio, Lineu, Nhunho e Denizar. Durante o campeonato ainda foram destaques: Irone Santos e Valdemar.