momento.
Os programas em sua maioria eram locais e feitos com criatividade porque os recursos técnicos eram mínimos. O Mauricio Fruet comandava o programa de esportes.
Como fizera na rádio, investindo em contratações para uma nova programação, Nagibe Chede resolveu também mexer na televisão, que saíra do Tijucas para instalar-se num barracão na Emiliano Perneta, quase esquina da Senador Alencar Guimarães, onde a Rádio Universo tinha seus estúdios no Edifício Marisa.
Edson Marassi, um conceituado radialista, excelente voz, foi contratado para dirigir o jornalismo na televisão. Em dado dia, Marassi, que também já trabalhava na Universo, me chamou e me propôs uma gratificação para que passasse as noticias policiais para a televisão. Topei e passei a redigi-las para que os apresentadores as transmitissem.
NA TELA
Passados alguns dias Edson, irmão do Carlos, que também fez sucesso no rádio e televisão me chamou e informou que iria apresentar as notícias ao vivo. Nos primeiros dias foi difícil e depois fui pegando jeito, bem como gosto. O noticiário policial ganhou força e espaço. Na sequência a televisão foi adquirida pela Gazeta do Povo e modificações aconteceram.
NOVO DIRETOR
João José de Arruda Neto, o Jota Jota, que se destacara no Canal 4, TV Iguaçú, como apresentador do “Show de Jornal” daquela emissora, que marcou época com Jamur Júnior, Haroldo Lopes, Tonia Maria, Chacon Júnior, Ali Chaim, o Sombra e outros, foi contratado para a direção artística do Canal 12. Mas, antes de citar o Jota, no 12, faço questão de lembrar que o jornal do 4, tinha como jornalista chefe Ducastel Nicz, um senhor jornalista. Renato Schaitza, outro excelente profissional era um dos redatores. Uma grande equipe.
ESTILO
Agora sim vou contar sobre o Jota Jota. Ele, dias depois de ter assumido, me chamou em sua sala e disse: “o seu noticiário é bom, bem atualizado, mas pode ser melhor se você se soltar mais na apresentação. Notei que você não tem script, apenas anotações e improvisa tudo. Pode continuar assim é interessante, mas se solte mais. Você fica muito durão, gesticule, converse com o telespectador, arrume jargões e se achar que deve detonar o bandido, o faça. O povo quer isto”. Ouvi tudo com atenção e disse que iria tentar me adaptar. Passados alguns dias, ao me referir a um bandido o chamei de “desavergonhado” e para informar que ele foi preso bati forte a mão direita no pulso esquerdo e em seguida fechei um xadrez com os dedos.
Terminado o programa, o Jota veio ao estúdio e foi logo dizendo: “Zé, é isto ai, você está no caminho, continue que vai ser sucesso” e continuei me soltando, inventando termos como “vidas tortas”, “filhos de ninguém” e também imitando o papo de marginais e até imitando travestis. Com isto ganhei popularidade, formando um grande público. Por onde passava me chamavam de “desavergonhado”.
TIME
Desde menino fui organizador de times de futebol, formei o Aymoré, entre vizinhos, depois ao lado do Levi Moraes, na Rua Prudente de Morais, e já adulto ao lado do também radialista Emerentino Paca e do Zezo, que mais tarde viria a ser meu compadre, o Zé Carioca, que disputou o peladão do Nelson Comel e foi do Zé Carioca, que surgiu o “Desavergonhados”.
Acontece que nos jogos do Zé Carioca, face a minha presença e pela ligação com os programas de rádio e televisão, o pessoal falava: “Olha o time do desavergonhado”. Então resolvei dar o nome de “Desavergonhados” ao time e passei a divulgá-lo nos programas. Logo, logo estava famoso e era convidado para jogar em clubes, nos diferentes bairros de Curitiba, em cidades do interior do Estado e fora do Paraná.