Wasyl Stuparyk ou Basílio Junior
Wasyl Stuparyk ou Basílio Junior
WALMOR MARCELINO
Jornalista - Radialista - Escritor - Poeta
Rádio Independência - TV Iguaçu Canal 4
E O GUERREIRO DESCANSOU
Texto de CÉLIO HEITOR GUIMARÃES
publicado no jornal O Estado do Paraná, em 04/10/2009
Interpretação: PAULO BRANCO
Sonoplastia: WASYL STUPARYK
Música: ÚLTIMO CANTO de Luiz Carlos Paraná
Interpretação de ADAUTO SANTOS
A jornalista Dinah Ribas Pinheiro lembrou-me que hoje faz um ano da morte de Walmor Marcelino, “o poeta que fazia político e livros”. “Conheci muito o Walmor Marcelino, trabalhei com ele em vários projetos e quando me flagrei que amanhã (hoje) faria um ano da sua partida, resolvi não deixar passar a data em branco. A biografia dele é tão rica que pensei que seria importante registrar este acontecimento. Espero estar contribuindo com a memória do nosso jornalismo e sobretudo com o resgate cultural de uma geração”, alertou-me.
Leia a íntegra do texto da jornalista Dinah Ribas Pinheiro em homenagem a Walmor Marcelino:
Se ainda estivesse por aqui o jornalista Walmor Marcelino estaria com certeza indignado com o comportamento dos políticos na campanha eleitoral do próximo dia 3 de outubro. Imagina então, contra a morosidade do Supremo em julgar a imediatização da Lei da Ficha Limpa. O poeta sensível que deixou dezenas de livros publicados era, sobretudo, um cidadão preocupado com os assuntos da cidade, do Estado e do país. Com oitenta anos, sem aparentar a idade, Walmor completa um ano de falecimento neste sábado, dia 25. No seu último livro, Ulciscor, publicado postumamente no início deste ano, ele mescla memória política e poesia, dois temas recorrentes na sua biografia.
Polêmico, com idéias consistentes, era constantemente convidado a participar de debates organizados pelos alunos de Jornalismo e membros de organizações culturais. Durante muitos anos era comum encontrá-lo na Boca Maldita, no centro da cidade, distribuindo seus livros, publicados sem a intenção de retorno financeiro e discutindo com os companheiros seus temas prediletos. Desde a sua partida a “Boca”, ficou mais pobre. A família tem um plano que vai trazer de volta um pouco da sua memória e sensibilidade. No seu aniversário, em março do próximo ano, deverá ser publicada uma coletânea de todos os seus poemas escritos em diversas fases da sua existência, muitos deles ainda inéditos.Socialista marxista, Walmir Marcelino, participou ativamente de todos os movimentos políticos que ocorreram no país. Antes de 1964 foi ativista nas manifestações nacionalistas e populares e membro do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que ajudou a recriar no Paraná em 1968. Em agosto de 1961 teve importante papel na Campanha da Legalidade contra os golpistas que pretendiam impedir a posse de Jango Goulart. Processado pela Justiça Militar por ter integrado o Jornal Última Hora (1951-1971), participou de grupos de teatro e de experiências pedagógicas.Funcionário da Assembléia Legislativa do Paraná, foi demitido logo após o Golpe de 64. Participou ativamente das lutas populares pela redemocratização do Brasil, pela anistia aos presos políticos e pelas Diretas Já. Em 1965 mobilizou intelectuais para juntos publicarem o livro de contos “7de Amor e Violência”. Desta coletânea participaram também Elias Farah, Jodat Nicolas Kury, Nelson Padrella, Oscar Milton Volpini, Sylvio Back e Valêncio Xavier. Sobre esta obra histórica, o cineasta Sylvio Back publicou no início de setembro, no Jornal Folha de São Paulo, o artigo “ O livro Encarcerado”, onde ele narra detalhes deste importante episódio recente da literatura parananese. Na capa do livro, assinada pelo artista plástico Álvaro Borges, uma imagem que também virou memória: Um punhal estilizado aparecia prestes a perfurar o coração de uma figura feminina.