Morre o militante de esquerda Walmor Marcelino
25 de Setembro de 2009
* O corpo do jornalista está sendo velado na capela 3 do Cemitério Municipal
Walmor Marcelino.
Morreu nesta sexta-feira (25), em Curitiba, Walmor Marcelino, que era jornalista, poeta, dramaturgo e ativista de esquerda.
Walmor fora perseguido covardemente pela ditadura militar, enfrentou processos e demissão da Assembleia Legislativa do Paraná, onde seria readmitido mais tarde.
Autor de peças teatrais, poemas e dono de texto jornalístico ácido, Marcelino tinha uma fé inquebrantável no socialismo como poucos.
Pela diferença de idade que tínhamos, convivi pouco Walmor Marcelino. Mas estivemos juntos em diversas trincheiras, onde ele sempre manifestava uma inquietude em relação ao sistema “podre e corrupto”.
O corpo de Marcelino está sendo velado nesta sexta-feira na capela 3 do Cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco, e será cremado às 9 horas de sábado.
3 Comentários on “Morre o militante de esquerda Walmor Marcelino”
1. #1 Carlos Molina
dia 25 de Setembro de 2009 às 16:03
Walmor! PRESENTE!!!!!!!
Com grande sentimento de perda recebi a notícia sobre o falecimento do coerente e digno camarada Walmor Marcellino.
Com certeza a família contará com o carinho do apoio e da presença de todos nós nesta despedida, pois o Walmor é merecedor desta uma última homenagem.
O velório será realizado no Cemitério Municipal.
Todos nós que militamos no campo das esquerdas como no campo da luta democrática temos algumas ou muitas boas recordações sobre o importante papel que este imprescindível ser humano desempenhou em prol de Curitiba, do estado, do Brasil e por toda a humanidade, já que ele em sua vida sempre foi um grande exemplo de vivenciamento do internacionalismo proletário.
O poeta Walmor sempre foi um apaixonado pela vida e a viveu com a intensidade de quem conseguiu amar a humanidade, a causa, os camaradas e os amigos, sendo que esses soube sem interesses pessoais, sem falsidades e com grande e humana honestidade conquistar.
Nunca foi homem de meias palavras na defesa das causas em que acreditava as quais dedicou com intensidade a maior parte de sua vida. Mesmo estando com idade avançada e decepcionado com os rumos do país e com a subserviência dos dirigentes populares perante tal grau de falta de rumo soberano em que se encontra o Brasil em relação ao grande capital internacional, como pelo baixo grau de prioridades do governo em relação aos interesses internos nacionais e populares.
Muitos, os “fariseus que em vida habitam sepulcros caiados” por não terem argumentos aceitamente racionais ao não poderem rebater as suas afirmações o rotulavam de tudo. Rótulos que iam desde o chamarem de arrogante, louco, sectário e até de ex-esquerda a serviço da direita, o que significou na reta final de sua vida uma calúnia absurda contra um homem que estando já doente dedicava como sempre dedicou por toda a sua vida ao debate das propostas da esquerda marxista para a humanidade como na organização de seu povo.
A muitos como eu o Walmor ensinou a questionar, a não aceitar nada que viesse pronto, como também a nos aprofundarmos na formação intelectual, já que para conviver perto dele e a debater com ele sempre tivemos que nos preocupar em aumentar o vocabulário em busca dos significados.
Discuti e divergi do Walmor dezenas ou até centenas de vezes e nem por isto ele como eu deixamos de nos relacionar ou nos respeitar enquanto camaradas, pois ele nunca foi de guardar mágoas pessoais como também nunca o vi se vitimar, pois como representante da “setentona geração de aço” era um homem de honra que nunca se permitiu vergar.
Sentimentos a todos que aprenderam a o respeitar e assim o tiveram como amigo leal!
“Sonha e serás livre de espírito… luta e serás livre na vida.”
Che Guevara
Uma lembrança do Walmor:
ESPERANÇA
Eu não sei por que não somos
desbravantes, caminheiros.
Passageiros da utopia/ mãos dadas, companheiros.
Walmor Marcellino
2. #2 Luiz Manfredini
dia 25 de Setembro de 2009 às 16:42
Na manhã de 26 de outubro de 1968, estudantes enfrentavam a PM que reprimia sua passeata no centro de Curitiba. Na esquina da Dr. Muricy com a XV, defronte a antiga Farmácia Colombo, Walmor Marcelino, com o rosto ensanguentado porque levara bordoadas da polícia, cerrava os punhos e chamava a tropa para a briga.
Com esta cena, que relembro agora, homenageio meu velho companheiro Walmor Marcelino, cuja morte acabo de saber. A cena é emblemática da vida e da luta desse intelectual fecundo e inconformado, mordaz, por vezes ranzinza, traços que manteve até agora, beirando os 80. Um guerrilheiro das idéias, poeta, dramaturgo, socialista. Homem que honrou seu tempo e sua gente.
3. #3 Luiz Fernando esteche
dia 25 de Setembro de 2009 às 18:41
O Walmor Marcelino será enterrado na cova comum dos idealistas, onde jazem aqueles que o poder não corrompeu”, como escreveu o Paulo Leminski:
“me enterrem com meu coração
na beira do rio
onde o joelho ferido
tocou a pedra da paixão”.
Nosso carinho e gratidão.
faleceu nesta manhã o jornalista, escritor, filósofo e dramaturgo WALMOR MARCELLINO. WALMOR era colunista deste site para assuntos politicos. os PALAVREIROS DA HORA rendem suas homenagens ao grande batalhador pela justiça social no planeta e com ênfase no nosso país. foi um lutador incansável contra a ditadura militar sendo preso em diversas oportunidades. nasceu em Araranguá (sc) e morou em Porto Alegre onde juntou-se ao grupo QUIXOTE de poesia. WALMOR era também editor e estimulava os novos autores, que tivessem uma visão critica e social da vida moderna, publicando, às suas expensas, diversos deles. com a Editora QUEM DE DIREITO uma das suas ultimas publicações foi a antologia Iª REUNIÃO DOS POETAS DO SUL – ” PRÓXIMAS PALAVRAS” onde participaram os PALAVREIROS manoel de andrade, jb vidal e o colaborador e artista visual nelson padrella.
desejamos fôrça à Elba, sua esposa, e aos seus familiares, para enfrentar este momento dolorido.
o velório ocorrerá na capela nº 1 do Cemitério Municipal de Curitiba a partir das 16:00 havendo a cremação amanhã as 09:00.
WALMOR MARCELLINO.
* * * * *
Morreu Walmor Marcellino
Poeta, escritor, jornalista, morreu Walmor Marcellino. Mais de 60 anos dedicados às artes, ao debate, ao combate contra todo o ranço conservador que nos cerca. Fará falta o Marcellino e seu lirismo trágico, seu humor ácido e seu inconformismo.
Começou sua trajetória em Florianópolis, nos anos 50, como dramaturgo. Depois, morou em Porto Alegre, onde ligou-se ao grupo Quixote e iniciou suas experiências poéticas.
Desde os anos 60 viveu em Curitiba. Aqui militou contra o regime fardado, dele foi vítima, fez teatro, organizou grupos, dirigiu peças, publicou livros, assessorou a frente política do MDB contra a ditadura, candidatou-se ao Senado. E para sobreviver, trabalhava no jornalismo diário.
Parem lá. Marcellino não foi levado à poesia por força do jornalismo ou do ativismo político, mas sim levado por aquela ao jornalismo como meio de sobrevivência e ao ativismo como dever de consciência, escreveu certa vez Jamil Snege, na apresentação do livro Malvas, Fráguas e Maçanilhas, reunião de 73 poemas da obra do poeta Marcellino que hoje nos deixa.
Marcellino será velado a partir das 15 horas desta sexta feira (25) na capela 3 do cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco, seu corpo será cremado às 9 horas do dia 26.
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 11:41 hs. Deixe um comentário.
18 comentários
1. Tenorio Cavalcante
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 12:02 hs
Uma grande perda – um sujeito brilhante, culturalmente bem preparado e intelectualmente tambem – um homem alem do seu tempo – Sem duvida, deixara saudades e será um perda pra nossa sociedade – descanse em paz Walmor, vc merece, pois foi um guerreiro nessa vida.
2. João Elias de Oliveira
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 12:08 hs
Mais um cachorro de elefante que adentra na selva em busca do adormecer eterno. Fará companhia ao Mussi. Os dois declamando os textos da “Noite de Arte e Poesia”, relembrando a apresentação do TEU em Canoinhas; discutirão quem foi o responsável pela cômica tradução da palavra “cachorro” que deveria ser filhote; e vibrarão com as lembranças do “Terror e Miséria no 3º Reich” e nossas andanças pelo DOPS em busca do alvará de apresentação. Turrão, teimoso, mas sempre digno. Creio que a chamada providência divina está se equivocando e levando os que nunca deveriam ser levados. Saudades do Walmor.
3. SYLVIO SEBASTIANI
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 12:14 hs
Walmor Marcelino foi revisor e colaborador do meu primeiro livro “Posição do MDB do Paraná” lançado em 1976 e meu colega da Assembléia Legislativa do Estado, onde organizou e foi Presidente do Sindicato dos Funcionários da Assembléia Legislativa.
4. Carlos Molina
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 12:17 hs
ESPERANÇA
Eu não sei por que não somos
desbravantes, caminheiros.
Passageiros da utopia/ mãos dadas, companheiros
Walmor Marcelino
5. Carlos Molina
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 13:03 hs
POEMINHA DO CONTRA
Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
Mário Quintana
O Sabiá e o Gavião
…”Mas, tudo na vida passa.
Amanheceu certo dia
O mundo todo sem graça,
Sem graça e sem poesia.
Quarqué pessoa que visse
E um momento refritisse
Nessa sombra de tristeza,
Dava pra ficá pensando
Que arguém tava malinando
Nas coisa da Natureza.”
Patativa do Assaré
6. Marcos Junqueira
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 14:01 hs
Morreu falando mal do Lula e do PT, de sua politica economica e do ajutório do bolsa familia. Morreu decepcionado.
7. Imprensa Pedágio
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 14:25 hs
Comunicamos, com profundo pesar, o falecimento de nosso Diretor de Comunicação WALMOR MARCELINO, insígne militante político que muito contribuiu para as lutas democráticas e de liberdade.
No Fórum Popular Contra o Pedágio deixou seu impagável trabalho que será sempre relevado.
Marcellino será velado a partir das 15 horas desta sexta feira (25)
na capela 3 do cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco, seu corpo será cremado às 9 horas do dia 26.
Fórum Popular Contra o Pedágio
8. Ramsés
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 14:37 hs
Com tanto jornalista veterano se vendendo por 30 moedas, tinha que morrer justamente um jornalista veterano tão decente quanto o Walmor Marcelino?.
9. ISAAC
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 14:57 hs
Guardo com carinho três livros autografados pelo Walmor.
Tive o privilégio de conhecê-lo nos anos 60, na redação do jornal “Ultima Hora”.
Poeta, gostava de uma boa prosa com amigos no café próximo da “boca”. Por dizer o que pensava; protestar contra o que achava errado, principalmente na politica, conseguiu também atrair opositores. Mas, nunca se entregou, mantendo-se sempre fiel a seus pensamentos.
Uma grande figura literária e jornalística que se foi. Uma pena.
10. Ilana Aguiar
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 15:03 hs
Não o conheci, mas se levar em consideração as lições que todos os dias aprendo com uma de suas filhas, com a qual trabalho, entendo que o Sr. Walmor cumpriu exemplarmente sua missão: dignidade, respeito, discrição, justiça e amor ao próximo. Com muita admiração à família, meus sentimentos.
11. Rubens Gennaro
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 15:14 hs
Walmor Marcellino….as ondas do mar, as estrelas do céu e as lutas na terra haverão de te cantar. Enquanto cantam a Esperança…. há !
Haveremos de Cantar !!! Bravo Walmor Marcellino , Bravo Camarada !!!!
12. Carlos Molina
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 15:34 hs
Com grande sentimento de perda recebi a notícia sobre o falecimento do coerente e digno camarada Walmor Marcellino.
Com certeza a família contará com o carinho do apoio e da presença de todos nós nesta despedida, pois o Walmor é merecedor desta uma última homenagem.
O velório será realizado no Cemitério Municipal.
Todos nós que militamos no campo das esquerdas como no campo da luta democrática temos algumas ou muitas boas recordações sobre o importante papel que este imprescindível ser humano desempenhou em prol de Curitiba, do estado, do Brasil e por toda a humanidade, já que ele em sua vida sempre foi um grande exemplo de vivenciamento do internacionalismo proletário.
O poeta Walmor sempre foi um apaixonado pela vida e a viveu com a intensidade de quem conseguiu amar a humanidade, a causa, os camaradas e os amigos, sendo que esses soube sem interesses pessoais, sem falsidades e com grande e humana honestidade conquistar.
Nunca foi homem de meias palavras na defesa das causas em que acreditava as quais dedicou com intensidade a maior parte de sua vida. Mesmo estando com idade avançada e decepcionado com os rumos do país e com a subserviência dos dirigentes populares perante tal grau de falta de rumo soberano em que se encontra o Brasil em relação ao grande capital internacional, como pelo baixo grau de prioridades do governo em relação aos interesses internos nacionais e populares.
Muitos, os “fariseus que em vida habitam sepulcros caiados” por não terem argumentos aceitamente racionais ao não poderem rebater as suas afirmações o rotulavam de tudo. Rótulos que iam desde o chamarem de arrogante, louco, sectário e até de ex-esquerda a serviço da direita, o que significou na reta final de sua vida uma calúnia absurda contra um homem que estando já doente dedicava como sempre dedicou por toda a sua vida ao debate das propostas da esquerda marxista para a humanidade como na organização de seu povo.
A muitos como eu o Walmor ensinou a questionar, a não aceitar nada que viesse pronto, como também a nos aprofundarmos na formação intelectual, já que para conviver perto dele e a debater com ele sempre tivemos que nos preocupar em aumentar o vocabulário em busca dos significados.
Discuti e divergi do Walmor dezenas ou até centenas de vezes e nem por isto ele como eu deixamos de nos relacionar ou nos respeitar enquanto camaradas, pois ele nunca foi de guardar mágoas pessoais como também nunca o vi se vitimar, pois como representante da “setentona geração de aço” era um homem de honra que nunca se permitiu vergar.
Sentimentos a todos que aprenderam a o respeitar e assim o tiveram como amigo leal!
“Sonha e serás livre de espírito… luta e serás livre na vida.”
Che Guevara
Uma lembrança do Walmor:
ESPERANÇA
Eu não sei por que não somos
desbravantes, caminheiros.
Passageiros da utopia/ mãos dadas, companheiros.
Walmor Marcellino
13. Reinoldo HEY
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 17:27 hs
O turco traz boas lembranças do Walmor, do Fábio, do Chain em seu livro “Como eu se fiz por si mesmo”.
Realmente a turma de vocês era ótima., intelectualizada, participante.
Infelizmente eu só conheci pessoalmente o Jamil, O Victo, o Maluf,o Fritz,o Sinval…Dos bons tempos da “propaganda”.
O Walmor, só de vista, mas as referências eram excelentes.
Sem dúvida, vai deixar saudade!
14. DARCY
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 18:30 hs
Perde o Paraná um grande jornalista. Competente, leal, sincero, democrata e que sempre esteve na linha de frente contra o autoritarismo instalado em 1964. Lamentavel a sua perda.
15. Luiz Fernando Esteche
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 18:33 hs
Certamente o Valmor Marcelino será enterrado “na cova comum dos idealistas
onde jazem aqueles que o poder não corrompeu…”, como escreveu o Leminski:
me enterrem com meu coração
na beira do rio
onde o joelho ferido
tocou a pedra da paixão.
16. Cajucy
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 19:26 hs
Sem dúvida, uma grande perda. Um excelente profissional e homem de personalidade. Sincero e honesto, sem meios termos. Firme! Coisa da velha cepa. NOS ANOS OITENTA, num determinado dia eu fui convidado a fazer uma visita a um secretário de Estado – amigo e companheiro de Walmor.
Lá pelas tantas, o ilustre secretário disse: eu gostaria que você – como editor de um dos jornais da Capital – criasse um espaço para um coluna a ser assinada pelo jornalista Walmor Marcelino ou por um psiodônimo por ele escolhido. Estão boicotando o Walmor, concluiu.
O Walmor estava presente e participava da conversa. Na semana seguinte ele passou a ter uma coluna política, sem restrições. E soube usar o espaço com critério, responsabilidade e muita informação de primeira linha.
Já deve estar escalado para influir no Jornal Celestial!
17. Junior
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 23:07 hs
Campana, se der tempo, por favor, corrija a informação, o corpo está sendo velado na capela 01 do Municipal, e não na 03, como a imprensa tem noticiado. Obrigado
18. Francisco Quadros
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009 – 23:25 hs
Fomos colegas na Comuniação Social da Assebleia Legislatva. Com ele muito aprendi depois de décadas de profissão. Não apens em termos profissionis, muito mais. Só ouvir o Walmor já era uma aula.
Dois registros, como homenagem:
>Walmor fumava. Um dia parou. Os colegs de trabalho somente perceberam isso uns três meses depois. Ele parou, e pronto. Não ficou anunciando, lembrando, contando os dias e semanas que havia abandonado o cigarro, como faz a maioria. Alguns colegas fumavam na mesma sala. Nunca ouvi ou Walmor reclamar ou sugerir que os fumantes se tornassem ex, como faz a maioria. Nunca comentou nada. Acredito que de todos os ex-fumantes que conheci, o Walmor foi o único não chato.
>Walmor foi exonerado do serviço público por motivos político-ideológicos. Ele e tantos outros. Depois, comprovada a injustiça, ele e tantos outros foram reintegrados. Para muitos o tempo de afastamento foi contado como de efetivo exercício e logo se aposentaram. Para Walmor, não. Tinha que cumprir expediente para compensar esse período e assim a aposentadoria veio bem mais tarde. Quer dizer, quando o reintegraram corrigiram meia injustça, apenas.
Mas Walmor nunca, ao menos que eu saiba, fez comentários ou queixas quanto a isso.
Assim era o nosso Walmor Marcellino…
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Publicado em: 25/09/2009 17:06
Morre, aos 79 anos, jornalista, poeta e escritor Walmor Marcellino
Redação Portal IMPRENSA
O poeta, escritor e jornalista Walmor Marcellino faleceu nesta sexta-feira (25), aos 79 anos, na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (PR). O jornalista tratava de problemas renais e cardíacos.
"Walmor Marcelino foi um militante persistente, que nunca se desviou de seu caminho. Alguns o chamavam de fundamentalista, mas eu sempre entendi suas atitudes como integridade", afirmou o governador do Paraná, Roberto Requião, fazendo menção ao trabalho do jornalista em combate à ditadura durante as décadas de 70 e 80.
O corpo do jornalista é velado na tarde desta sexta na capela 3 do Cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco. Seu corpo será cremado no próximo sábado (26), às 9h, segundo a Agência de Notícias do Governo do Paraná.
WALMOR MARCELLINO, CULTOR DAS BOAS LETRAS
Enviado por Pizarro
Morreu neste 25 de setembro, em Curitiba, o jornalista, escritor e poeta Walmor Marcellino.
Cultivava as boas letras.
Escreveu uma dezena de livros. Ou mais.
Com todas suas qualidades e muitos defeitos, o jornalista e intelectual Walmor Marcellino sempre esteve à frente de muitos confrades, perdidos em suas limitações e seus sonhos.
Nos últimos anos, aceitava as críticas mordazes que recebia dos colegas de profissão e de alguns poucos históricos comunistas que ainda frequentam a Boca Maldita.
Preocupou-se sempre com as novas gerações privadas de conhecimento completo e objetivo.
Professor Walmor relembrava, aos mais chegados, com muita dor, os dias sombrios de abril de 1964. Apoiou Jango na Presidência da República. Nunca escondeu que foi um governo perigoso e confuso. Elogiou, sempre, os pronunciamentos violentos de Leonel Brizola.
Walmor trabalhou em todos os jornais e revistas de Curitiba. Escrevia de tudo um pouco e bastante.
Sua especialidade eram os editoriais da Gazeta do Povo, o artigo de fundo, a opinião.
“Um jornalista completo” - reconhecia o saudoso Francisco Cunha Pereira Filho.
Walmor, político.No século passado, foi candidato ao Senado.
Durante anos, enfrentou com coragem seu problema de saúde.
Gostava de comer bem. Muito bem. Vinho tinto ou branco, sabia escolher.
Escritor, guerreiro, pensador, polêmico respeitado, catarinense de Araranguá, admirador dos gaúchos pelo seu interesse aos livros e seu posicionamento político… Eis o nosso professor Walmor, 50 anos de Curitiba, 79 de idade.
Dizia que faria 82.
“Não tenho fortuna, mas tenho a decência de um nome!”
Walmor Marcellino, 1930 - 2009.-
José Maria Pizarro
Tags: Pizarro
Postado em sábado, setembro 26th, 2009 as 9:06.
1 comentario sobre “WALMOR MARCELLINO, CULTOR DAS BOAS LETRAS”
1.
zair schuster disse:
setembro 26th, 2009
21:07
Já nos deixa saudades. Era companheiro. Tínhamos opiniões divergentes, mas havia respeito mútuo. Sabia conduzir seus pontos de vista como ele só. Enfim, fica uma
WALMOR MARCELLINO
• Sexo: Masculino
• Local: CURITIBA : PR
Interesses
• Quem sou: poeta? escritor? teatrólogo? (Não estranhe a interrogativa porque não somos nós a qualificar o que fazemos.). Nascido em Araranguá (SC) habitante em Florianópolis
• morador em Porto Alegre (RS) e residente em Curitiba (PR). Ex-jornalista (por 53 nos) ex-servidor público (por 40 anos)
• ex-publicitário
• ex-candidato (PSB em 1986). Total de 26 livros publicados (dois em terminação)
• 3 peças encenadas. Trabalhos esses que anoto como “Previários”
• isto é
• uma prévia para obra madura (não “Breviário”
• resumo
• trabalho breve que é síntese de obra).Talvez seja modéstia (aparente( escrever preliminares à obra desejada
• porque falte aplicação ou maturidade para uma dedicação total; porém afinal não somos nós também um projeto sem termo de pessoa?
WALMOR MARCELLINO
MORRE O JORNALISTA E ESCRITOR WALMOR MARCELLINO
[ 25/09 ]
O jornalista e escritor Walmor Marcellino, da turma das antigas de Curitiba e do Paraná, faleceu na manhã desta sexta-feira (25). Segundo e-mail distribuído pela esposa de Marcellino, Elba, o jornalista faleceu por volta das 9h da manhã.
Marcellino, que desempenhou um papel importantíssimo na retomada pela democracia do país, atualmente militava como coordenador na área de comunicação do Fórum Contra o Pedágio do Paraná. Há algum tempo o jornalista vinha se submetendo a sessões de hemodíalise. Em breve mais informações.
O lirismo & a consciência
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de maio de 1986
Quem diria, Walmor Marcelino, um romântico?
Jornalista dos mais atuantes na imprensa paranaense há 30 anos, merecedor da admiração e respeito pela coerência e honestidade de seus pontos de vista, de seu comportamento como homem e profissional, Walmor nunca foi de fazer concessões. Em 1964, poucas semanas após o golpe militar de 1º de abril, publicava um corajoso livro de poesias cujo título já traduzia o nojo que sentia pela ditadura que começava no Brasil: "Tempo de Fezes e Traições". Quase que simultaneamente, em outro livro crítico sobre o golpe dos militares ("Sete de Amor e Violência"), incluía um texto amargo, cruel e profundamente político sobre aqueles dias cinzentos.
Intelectual do maior gabarito, apaixonado pelo teatro e literatura, primeiro encenador a dar uma montagem realmente dialética e política a textos de Camus ("Os Justos") e Jean Paul-Sartre ("A Prostituta Respeitosa") nos palcos do Guaíra, ao mesmo tempo que se integrava ao então nascente Centro Popular de Cultura, defendendo uma política cultural destinada a levar a arte as camadas mais pobres, Walmor nunca deixou de fazer sua poesia. Uma poesia honesta, verdadeira - mas sempre voltada ao lado político, a razão, a reflexão - escondendo, assim, muitas vezes, o seu lado lírico, amoroso, suave - que também raros viram atrás de sua fisionomia séria, hostil aos chatos e inoportunos - inimigo claro dos coniventes com o poder.
Hoje, sem arredar um pé de suas convicções, mas por certo com a sabedoria que o virar da casa dos cinqüenta traz, nas 28 páginas de seu mais recente livro ("Confabulário", Dom Quixote, Edição do Autor), deparamos, já na primeira página, com um Walmor otimista - a partir do próprio título do poema - ESPERANÇA
Eu não sei por que não somos
desbravantes, caminheiros.
Passageiros da utopia/ mãos dadas, companheiros
Em cada novo poema de Walmor Marcelino, há um encontro com uma sensibilidade extrema, que, anos atrás, não seria comum em ler em sua obra. Como neste "Um Verso":
O verso ai/Eu e tu, ai/Nos cruzamos
Bailando ao vento/O verso escreve
não fala, ai/que nos amamos
Um verso vive só/o que pensamos
O verso vem depoishttp://palavrastodaspalavras.wordpress.com/2009/09/27/sarava-walmor-por-hamilton-alves-florianopolis/
Que nós vivemos
Walmor nunca buscou aplausos ou elogios em sua obra extremamente pessoal. Nunca se filiou a escolas ou gerações. Faz e trabalha a poesia como trabalha e age em sua vida: uma coerência extremamente pessoal. Possivelmente, não quer interpretações críticas a este seu "Confabulário" (aliás, nem há críticos em Curitiba para tanto). O que importa é que, a sua maneira, ele dá um recado de força, vigor e integridade poética - numa realização plena, trabalhando com as palavras como o melhor entalhador o faz com a madeira.
GRUPO TORTURA NUNCA MAIS DO PARANÁ convida: »
27 Set
SARAVÁ, WALMOR! por hamilton alves / florianópolis
Postado por Equipe Palavreiros da Hora em artigos. Etiquetado:artigos, hamilton alves, literatura brasileira. Deixe um comentário
Conheci Walmor Marcelino há muitos anos, quando ainda a escola, que freqüentávamos, era, como se costuma dizer, risonha e franca. Falo da escola de jornalismo em que iniciamos praticamente juntos, no Diário da Manhã, do Zedar Perfeito da Silva, velho jornalista e escritor.
Ali ensaiamos os primeiros passos dessa atividade para a qual éramos vocacionados e que só largaríamos, como o fez Walmor, no fim da jornada. Carregou bravamente a tocha até o último suspiro.
O jornalismo que fez foi diferente do meu – um jornalismo de linha de frente, de combate pela justiça social, como bem assinala o necrológio feito na edição de ontem deste “blog”.
Marcelino pensava o mundo por um viés humaníssimo. Queria que todos tivessem acesso aos bens da vida e notadamente aos mais preciosos: educação, saúde, habitação, etc. Por isso, sempre combateu ao lado dos fracos e oprimidos com destemor. Pagou alto preço quando imperou neste país o regime militar, sendo preso várias vezes.
Walmor foi sempre fiel aos seus ideais, Não tinha temperamento nem muito menos formação para aderir, por exemplo, à linha burguesa de ação, na qual sabia que militavam os oportunistas, os que querem os cargos não para exercê-los no bem de todos mas no interesse de grupos (tipo Sarney, p. ex.) – só para citar um lídimo representante dessa corrente.
Walmor era um idealista e seu ideal estava colocado acima do cidadão Walmor Marcelino. Colocava-o muito alto, a uma altura quase inalcançável pela maioria de seus concidadãos. Era meio quixotesco na forma como encarava sua brava luta. Sabendo-se quase só ou um dos poucos que ainda alimentavam esse sonho de transformação do mundo pela perseverança ou pela doutrinação desses ideais puros.
Marcelino editou meu primeiro livro – uma pequena novela – a que dei o título de “O velho da aldeia”. Ele o alterou para “O velho e a aldeia”, que lhe dava uma semelhança com a novela de Hemingway “O velho e o mar”. Mas não fez isso deliberadamente; nunca o faria. Deve ter se equivocado. Acompanhei-o até sua casa, em Curitiba, para pegar os trezentos exemplares do livro. Antes havíamos nos encontrado na Ilha e me perguntou: – “Tens alguma coisa para editar?”
Guardava os originais datilografados dessa novela na gaveta fazia um bocado de tempo.
Mostrei-os para o Walmor. Levou-os para editar. Poucos meses depois entrou em contato comigo, informando-me que concluira a edição por sua editora “Hoje”. Fiquei radiante com a beleza, embora artesanal, da edição desse livro.
Há pouco, o Vidal , editor deste “blog”, me convidou para um encontro com ele em Santo Amaro da Imperatriz, onde fora descansar. Mas subitamente teve que retornar a Curitiba. Perdemos essa chance de voltar a nos ver e relembrar os velhos tempos.
Walmor fez grandes amigos aqui na Ilha e certamente em Curitiba, onde morou longos anos, vindo a falecer há pouco.
Era um dessas raras figuras de combatente, de uma só têmpera, de uma só linha, de um caráter inquebrantável na defesa destemida de seus sonhos.
Legará seu exemplo de retidão e de espírito de luta.
Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2009
"CABEÇA FEITA" PELO PODER
Ao seu lado, disputando com você um torneio de inteligência e cultura (que você não sabe bem o que e por que) está um dejeto palavroso a passar suas “informações de cocheira” e a expender considerações sobre qualquer assunto em pauta. Observe-o atentamente: não é um figurante nerd alheado de compromissos sociais e responsabilidades civis, é o profissional-cinzeiro que, mesmo sem fumar, acorre a inalar as baforadas do chefe e oferecer boceta para as baganas; tudo ao preço da corte: ser convidado aos desacatos-desabafos da chefia e agir como escoteiro sênior no clube de serviço; tanto faz, pois ele é um dublê de cena no poder ou na rua. Papel carbono de um lado, papa-moscas de outro.
Essa coisa pegajosa luta angustiosamente por ser reconhecido importante: à boca-larga para que o recomendem os superiores, à boca-murcha com a acidez crítica dos indomados quando o assunto lhe faculta aparentar “independência”; e com a bocarra-estrídula na presunção esponjosa .Na verdade ele não tem outro compromisso que não seja puxar saco fingindo espírito livre e crítico. Grosso ou fino, está bem ao lado.
Entrementes, os críticos da política e os juízes da ética sempre atribuíram maiores responsabilidades sociopolíticas às pessoas de melhor formação educacional e cultural, comparados aos incultos e desavisados da ciência; porquanto a ignorância e a ingenuidade são consideradas atenuantes dos erros em face da sociedade e da lei; porém não essa obsequiosa e deprimente má-fé do sabujismo-carreirismo.
O encosto do poder é a gangue dos consócios “políticos”, mas o seu principal suporte são os subservientes. Não a massa, os pobres diabos da “servidão voluntária” sujeita à subalternidade para lograr a sobrevivência, e sim o sorriso atento e obsequioso do oportunista-carreirista cuja opinião é “politicamente ajustada, mais que correta”; ora na boca-surdina das eventuais ressalvas para exibir “independência”; depois quebrado-da-boca a demonstrar medo de censura superior e a seguir com a boca-repique a expor como xérox a sua formatação estereotipada e disponibilidade “delivery”. Enfim, a sociabilidade indistinta nos cobra o preço da interlocução com estes Merds que não têm a ingênua aplicação dos Nerds nem a sua dependência tecnológico-expressiva com alienação civil e falta de caráter interativo.
Entrementes, o pragmatismo adicto à sobrevivência, o oportunismo colado ao individualismo e a racionalização dos ajustes pessoais ao poder econômico-político vêm desfigurando a luta de classes e exaltando a disputa de poder social e político. Essas antinomias se colocam como “base ético-política” dos Merds a contratar suas posições e atitudes no dispensário das relações sociais.
De assim, a história da inteligência aponta convergências entre o modelo do ativista social crítico e os profissionais técnicos e cientistas, numa curva ascendente de responsabilidade política que vai desde a base social a seus modelos; e sempre proporcional aos níveis de entendimento e consciência de classe no seu modo de existência. Os nerds e os merds “correm por fora”, os primeiros como “esquecidos da política” comum; os outros como praticantes da servidão ao poder mas com suposta “inteligência feita” (pelo mando).
Fuja de quem não tem compromissos sociais; abomine os carreiristas como despreze os dogmáticos de quaisquer doutrinas. Pergunte sempre: qual é sua posição? E qual o compromisso que tem com o problema de que fala?
Postado por WALMOR MARCELLINO às 07:06