Com todo o gosto e prazer, ouviremos a remasterização do primeiro Iong-play paranaense:AI Saudade!, com os Calouros do Ritmo. Entre 1960 e 1965, Ruy Fernando, Luiz Cezar, Anadir e Rubem - e Pinho, por certo tempo - apresentaram-se semanalmente “ao vivo” na televisão do Estado, revezando-se entre os canais 6 e 12.
As canções eram exaustivamente ensaiadas na casa do meu sogro, Jahyr de Oliveira, com arranjos Intuitivos do Luiz Cezar e do Rubem, belíssimos solos do Anadir que junto ao Ruy Fernando, tornaram o vocal primoroso.
Vários amigos assistiam ao ensaio; dentre tantos, Ari Fontoura, que iniciou na teledramaturgia paranaense, e o jovem Juarez Machado, que fazia a cenografia de estúdio e pintou durante um ensaio, com graxa de sapato, um enorme painel na parede da sala.
O sucesso era limitado pela inexistência de vídeo-tape e de cadela nacional de transmlssão.Ainda assim, os Calouros do Ritmo obtiveram reconhecimento generalizado, representaram oficialmente o Paraná em eventos culturais nacionais, apresentaram-se no Teatro Guaíra, participaram da Inauguração da TV Coroados de Londrina e cantaram em todos os bailes de gala promovidos pelos clubes de Curitiba. De minha parte, ganhei multas serenatas e os vizinhos saiam à rua para aplaudir.
Passados mais de trinta anos e mesmo exercendo atividades profissionais to distantes e afastadas de mundo artístico, os Calouros do Ritmo são Identificados por seu antigo público e sempre precisam justificar o fim do grupo, explicar detalhadarnente o que fazem e se ainda cantam.
Após desfeito o conjunto, meu marido Ruy Fernando experimentou situações curiosas, como a testemunha distraída que sorria para o juiz e, após admoestada pelo advogado, interrompeu tudo, desculpou-se e perguntou se o juiz não era cantor de televisão. Até um recente governador do Paraná identificou os irmãos juizes, com quem debatia publicamente, como os Calouros do Ritmo, pensando que invocar suas origens os desagradaria.