O que importa é que, a sua maneira, ele dá um recado de força, vigor e integridade poética – numa realização plena, trabalhando com as palavras como o melhor entalhador o faz com a madeira. Aramis MilarchWalmor, segundo MarcelinoPolítico insciente, poeta menor, teatrólogo sem nomeada, promotor sem significância expressiva e “maestro” convicto de comunicações sociais e debates políticos, ainda que em difusos opúsculos, cadernos e livros de edição própria. Itinerário jornalístico: Diário da Manhã (SC), Correio do Povo (RS), Diário do Paraná (PR), Última Hora (PR), Tribuna da Luta Operária (BR). Presença em livros e peças – Poesia Quixote (Porto Alegre); no Paraná, Os Fuzis de 1894, Os Idos e os Ódios de Março (teatros); Fráguas, Mágoas e Maçanilhas (Travessa dos Editores), Toda a Poesia, Próximas Palvras (poesias); A Guerra Camponesa do Contestado, Contribuição ao Estudo da AP no Paraná (esboços críticos); etc.Nós acrescentamos: extrema humildade, valor de um homem bom e grande.MemorialWalmor MarcelinoAssim um estilete no ouvidofurando o pensamentoe seu fio de memória expostoao tempo. Fosse dor atravessada,nunca no curso interrompidae consecutiva; roída mortemovendo-se em corpo,entropia perdida no espaço.Perfurante itinerárioaté a luz nascente das coisascom a escuridãode seus propósitos.Publicado em Comentário, Poemas, homenagem Tagged Bar Stuart, jornalista, Memorial, Mercado Municipal, utopista, Walmor Marcelino 2 Comentários1. em 26/09/2009 às 5:05 PM vera lucia kalahariInfelizmente,eu que pertenço a um país tão distante do vosso, não tive oportunidade, neste nosso curto deambular pela terra, de conhecer o vosso amigo Walmor. Foi pena, porque tenho a certeza de que teria ficado mais rica. Mas mesmo sem o ter conhecido aqui, penso, tal como vocês, meus amigos ,deverão pensar, que esta interrogação que passo a fazer, deverá ser feita por todos nós:”…Onde?…Quando?…Até sempre, Walmor.”Um abraço a todos. Estou convosco.Vera Lucia2. em 28/09/2009 às 9:10 AM Manoel de AndradeObrigado, Vera Lúcia, pelo teu aceno fraterno. É realmente essa é a pergunta que todos devemos fazer diante do fenômeno da morte física. Porisso o Walmor terá que rever, nesse Mundo Maior onde agora se encontra, o seu conceito pessoal de finitude, porque há uma dimensão da vida em que os laços do coração, sublimados pelo amor ou pela legítima ideologia, se reatam na imortalidade. “Quando?”…, isso depende das atitudes mentais de cada um, de nossas ações e omissões e portando dos nossos merecimentos, por que a morte não muda ninguém e não nos torna santos, num passe de mágica.Quanto aos que ficamos é triste dizer que, com as cinzas do Walmor incineraram-se também um poco dos nossos sonhos e das esperanças pelas quais lutamos no passado. Os velhos camaradas estão mudando de residência (como dizia, da morte, Vitor Hugo) e nos ficamos apenas com os rastros indeléveis dos seus gestos, a imagem da sua coerência e com a memória das bandeiras que empunhamos.BLOG ZE BETOA luz de Walmor Marcelino25 set 2009 - 11:51 por Nelson PadrellaTive a sorte de conhecer o Walmor. Foi nos anos 50, no Diário do Paraná. Tivemos durante essas décadas uma amizade forte. Ele ensinou muitas coisas ao soldado que eu era e ao futuro jornalista que eu seria. Não sei se ensinei alguma coisa a ele. A vida não é uma troca de experiência entre pessoas?
Agora, Walmor deixou-nos. Vai fazer falta porque todo amigo faz falta. O caminhar vai ficar mais escuro, que cada amigo que se vai é uma estrela que se apaga.
Walmor teria detestado saber que eu o estou chamando de estrela. Mas ele tinha uma luz que vi em poucas pessoas.
Hoje fiquei mais pobre. Todos ficamos mais pobres.
Walmor Marcelino, adeus
25 set 2009 - 11:26
A rádio CBN acaba de anunciar a morte do jornalista Walmor Marcelino. Segue texto enviado por um colaborador deste blog que o conhecia bem:
Walmor Marcelino era um jornalista radical. Não por sua filiação ao partido comunista e sua militância de esquerda, no período mais negro da ditadura. Mas pela férrea convicção de suas ideias progressistas, eventualmente dogmáticas.
Processado num IPM (inquérito policial-militar) da ditadura, foi preso e demitido da Assembleia Legislativa, onde era funcionário de carreira, e os jornais lhe fecharam as portas.
Homem de teatro, escreveu peças e alguns ensaios históricos, um deles sobre a guerra do contestado.
ao final das contas, foi absolvido no IPEM e readmitido na Assembleia.
Mas sempre esteve à margem. Nunca abriu mão de seus princípios. Era um personagem desconfortável para o status quo curitibano, pois sempre estava em busca da verdade.
1. Noviski- Diz:
25 set 2009 - 14:22
Sempre venho ao seu blog para me divertir um pouco, Zé, com as bobagens de quem está no poder. Hoje fiquei muito triste ao ler esta notícia. Uma perda e tanto.
2. José Aparecido Fiori Diz:
25 set 2009 - 14:59